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Arquivo da categoria: ponto de vista

Nesses posts falo a respeito de qualquer coisa que tenha a ver com o design de livros, em forma de opiniões, resenhas, discussões, pontos de vista, etc.

Entrevista TVT – Programa Clique e Ligue

No dia 02 de agosto dei uma entrevista para Marcelo Godoy no programa Clique e Ligue. Nele, falo sobre eBooks, eReaders, o mercado dos livros digitais nacionais e também sobre a profissão do Designer de eBooks.

http://tvt.vflow.tv/api/embed.js?idContent=6005 (Sinto muito, o WordPress é chato e não me permitiu colocar o vídeo aqui :P)

O link para toda a matéria é esse.

Uma foto dos participantes, via Regina Azevedo.

 

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Curso: Entenda o Livro Digital

No dia 22 de Junho dei o curso Entenda o Livro Digital juntamente com o Eduardo Melo, sócio da Simplíssimo.

Tivemos participação de mais de 23 pessoas, e passamos um dia inteiro falando sobre todos os aspectos essenciais para que um interessado possa se iniciar no mundo do Livro Digital. Enquanto eu passei a manhã falando sobre os aspectos técnicos, o Eduardo usou a tarde para aprofundar os espectadores na área comercial do Livro Digital, um assunto que muitos traziam dúvidas.

Foi uma ótima experiência, e esperamos reunir mais interessados em breve para realizarmos mais uma vez esse curso.

Compartilho com vocês a apresentação do dia:

 
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Publicado por em junho 25, 2011 em eventos, ponto de vista

 

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Cara nova!

Olá a todos.

Resolvi renovar o visual do blog, que já era o mesmo desde 2008. Está mais moderno para se adequar aos novos assuntos que eu trato por aqui também.

Visite e compartilhe com os amigos!

 
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Publicado por em maio 26, 2011 em ponto de vista

 

Positivo Alfa: ainda há esperança!

Nessa Bienal do Livro eu cobri os leitores de livros eletrônicos que estiveram presentes na feira, e tive a oportunidade de brincar um pouco com o Positivo Alfa. Confesso que antes de vê-lo trinha preconceito, achava que não era grandes coisa e que o Kindle dava de 10 a zero nele.

Porém, 5 minutos com ele na mão bastam para uma paixão quase que instantânea. Seu pequeno tamanho e a tela de toque fazem dele um ótimo concorrente para o Kindle.

Para começar, ele tem tela de toque de 6 polegadas (mesmo tamanho que a do Kindle) e peso de apenas 240 gramas. Além do Kindle não ter tela de toque, ele é maior que o Alfa justamente por possuir um teclado físico em sua carcaça. No Alfa o teclado virtual QWERTY funcionou a contento, já esperando pela velocidade mais baixa da tela de E-Ink.

Fora isso, ele tem alguns botôes físicos também. Você pode virar a página do livro por eles, ativar o menu, etc. Quando você gira o Alfa, a tela gira com ele, facilitando a leitura de PDFs, por exemplo. Ele vem acompanhado de uma capinha, mas não pude vê-la.

Seu menu é bem simples, ele tem poucas configurações e funções. Foi difícil encontrar a biblioteca de livros, eu ficava entrando sempre no que estava sendo lido, mas creio que isso seja apenas a falta de uso e costume. Pelo menu é possível fazer anotações no livro, marcar páginas, escolher trechos, etc.

Como era de se esperar de um leitor brasileiro, ele suporta abertamente livros nos formatos ePub. Seus principais vendedores serão a Saraiva e a Cultura, mas qualquer editora que forneça livros no formato ePub poderá se aproveitar desse aparelhinho.

Ele também lê arquivos em PDF, mas se você não quer se estressar, não recomendo isso nem para quem tem Kindle. PDFs sem conversão não são uma boa ideia para aparelhos com telas desse tamanho (para isso, adquira um Kindle DX ou um iPad).

No que ele ainda não ganha do Kindle: Se você lê em inglês, o tamanho da biblioteca digital da Amazon é monstruosamente maior do que qualquer uma brasileira. Além disso, é fácil converter arquivos em PDF e doc para a leitura no Kindle. E se você gosta de conectividade, o Alfa não vem com 3G e nem com Wi-Fi (o Kindle tem os dois). Para os mais minuciosos, a tela do Kindle é melhor e mais nítida do que a do Alfa.

E a saída de som do Alfa existe, mas ainda não funciona, enquanto que já é possível escutar áudio no Kindle. E, logicamente, trazer um Kindle oficialmente para o Brasil custa R$550, enquanto que o Alfa custa R$700.

Mas são vantagens passageiras, já que a Positivo prometeu o Wi-Fi e o som até o final do ano e é bem provável que o valor do Alfa caia um pouco no Natal ou no começo do ano que vem.

Segundo a Positivo, o objetivo do Alfa é abalar o mercado editorial eletrônico no Brasil. Como bem vimos no artigo que publiquei dois dias atrás, realmente esse mercado está precisando disso. E espero que a Positivo consiga seu objetivo. Para isso, acho apenas que ela precisa baixar o preço do Alfa para menos de R$500. Quando fizer isso, o resto começa a caminhar sozinho.

Obs.: Por favor, não tente comparar o Kindle e o Alfa com o iPad. Essa é uma comparação injusta e equivocada, já que são aparelhos de “espécies” e usos diferentes.

 
 

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Porque eBooks e eReaders ainda não vingaram no Brasil (e porque podem vingar)

No meio onde eu trabalho, cercada de notícias e debates sobre tecnologia, um dos assuntos mais correntes é o do livro eletrônico no Brasil.

Eu estive na Bienal do Livro desse ano e o que vi sobre livros eletrônicos foi ínfimo. As editoras não só têm medo desse nicho como também não estão investindo nele. E, apesar da presença forte de vários aparelhos para leitura de livros eletrônicos (eReaders), era difícil encontrar um lugar em que eles estivesse à venda, e não só para teste (e alguns nem isso).

Também foi possível notar que pouquíssimos estandes anunciavam lançamentos de eBooks. E mais: os eBooks lançamentos eram o iPad, que ainda nem é vendido no Brasil. Os livros em ePub, disponíveis para os leitores vendidos aqui, nem eram citados.

Ou seja, as editoras estão investindo diretamente no iPad, passando por cima de Alfa, iRiver e Kindle, e não estão dando qualquer atenção para os livros digitais mais simples.

E aí caímos em mais um grave problema: vocês já viram quanto custa um eBook aqui no Brasil? Como exemplo, posso citar um livro que eu adquiri esses dias. “O Andar do bêbado”, de Leonard Mlodinow, está por R$20 na Fnac. Com o frete, paguei R$22. O mesmo livro, mesma edição, nada de diferente a não ser o caso de ser um livro digital faz com que o preço fique mais de 25% mais alto, incluindo o frete! Você paga R$28 por um livro eletrônico que sequer é lançamento!

Infelizmente, com esses preços, o comércio de livros eletrônicos não vai pra frente. Já basta ter que pagar no mínimo R$700 para ter um leitor compatível com ePub, ainda vai pagar mais caro por um arquivo que, se formos pensar, nem ocupa espaço físico no mundo real. E que, ainda por cima, demanda menor trabalho de produção.

É pura especulação em cima de produtos digitais. Só porque é digital, fica mais caro, esse é o pensamento no Brasil. Mas isso no caso do valor final, lógico, porque o preço pago ao designer que faz esses livros eletrônicos é bem menor do que o pago para um designer gráfico, afinal “já tá tudo lá, é so mudar”.

Então por enquanto, com esses preços assombrosos, apenas a pequena parte financeiramente melhor atendida e os curiosos investirão no mercado do livro digital. E isso trará para as editoras o retorno de que livro digital no Barsil não vale a pena, ao invés de pensarem em abaixar um pouco os preços dos leitores e dos livros.

Porém, depois disso, alguns anos depois que o livro eletrônico esttiver mais popular lá fora, irá se popularizar aqui também. Quando os chineses trouxerem leitores barainhos para serem vendidos em camelôs, também ficará mais fácil. E, obviamente, a pirataria de livros da qual as editoras e lojas tanto reclamam, vai continuar a todo vapor, impulsionando as vendas dos livros mais caros.

Quando o leitor eletrônico aqui custar R$500 ou menos, e os livros digitais custarem R$10 ou menos, o mercado deslancha. Esteja preparado e modernizado para isso, daqui a uns 3 anos.

 
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Publicado por em agosto 28, 2010 em ponto de vista

 

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21ª Bienal do Livro em São Paulo: impressões

Visitei a Bienal de São Paulo de 2010 em duas ocasiões, no começo e no final. As diferenças existem e recomendo que todos façam o mesmo. Pelo que pude ler em jornais, esse foi um evento muito proveitoso para todos. O público foi de 740 mil pessoas, o que significa que mais pessoas visitaram o evento e mais editoras venderam livros. Nada melhor.

Nos primeiros dias (fui no dia 14, sábado) você pode olhar os livros com mais calma. Para quem é designer, são os dias mais indicados, já que é mais fácil andar pelos corredores, os estoques de novos livros ainda estão completos, é possível observar coleções e estandes mais arrumadinhos…

Os últimos dias (fui no dia 21, com maior público, 110 mil pessoas) são caóticos e exigem paciência. No sábado e no domingo é quando as editoras já estão meio no desespero para vender, e começam a baixar preços. É possível encontrar seu livro preferido com até 50% de desconto, caso da Editora Objetiva. Então para quem quer comprar algum livro, esses são os melhores dias para buscar descontos.

Mas, resumindo, eu considero essa uma feira melhor do que a de 2008 e 2006, com certeza. Mais diversidade, mais programação cultural, mais participação por parte das editoras. Tem quem reclamou de preços mais caros que na internet, mas como eram lançamentos, e a logística é outra, dá pra entender.

Quem foi atrás de livros alternativos se deu bem. Lá tinham sebos e livrarias vendendos livros usados e também muitos desconhecidos com desconto. para crianças, por exemplo, a Bienal é sempre uma boa ideia. Com preços que começam em R$1, não tem criança que não saia de lá com pelo menos um livrinho, uma boa iniciativa.

Quem foi procurando o novo mercado de livros eletrônicos, se decepcionou. A Imprensa Oficial montou o Espaço Digital, onde o público podia mexer com iPads, Kindles DX, dois modelos de Sony Reraders e Cool-ERs. No estande da Positivo um solitário Alfa ficava dentro de uma redoma, ninguém podia mexer. O estande da Submarino tinha vários Cool-ERs para teste (eles fecharam uma parceria com a Gato Sabido).

Mas ninguém realmente estava vendendo os leitores eletrônicos, era só para o público mexer, mesmo. Além disso, ninguém anunciava catálogos de livros digitais no formato ePub. Os poucos estandes que trataram do livro digital estavam anunciando volumes para iPad, que nem é vendido no Brasil ainda.

A Editora A anunciava um livro técnico para iPad e a Editora Globo lançava o primeiro livro infantil interativo brasileiro para iPad, Narizinho. Fora isso, poucos outros se interessaram em mostrar seu mercado nessa área, uma pena.

É provável que na próxima Bienal, em 2012, os livros eletrônicos estejam mais presentes, inclusive porque o iPad já deverá estar sendo vendido oficialmente por aqui. Porém, antes é necessário que os preços dos eReaders E dos eBooks baixem um pouco, ou continuará sendo uma coisa para ricos.

 
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Publicado por em agosto 26, 2010 em eventos, ponto de vista

 

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Content is the king: aprendendo com webdesigners

Pode confessar: eu sei que você tem um pouco de preconceito daquele seu primo que é webdesigner. Você, como designer gráfico ou designer de livros, se acha muito mais designer por ter que pensar em coisas mais “artísticas”, em papéis, acabamentos, tintas, tons, etc. É muito mais tradicional, muito mais puro, muito mais clássico. Pouco interessa quem é o autor do texto que irá caber nas páginas perfeitas que você irá moldar. O que importa é a arte, o cheiro, o ambiente, tudo, menos o conteúdo.

Só que agora você está olhando arregalado para o trem que vem vindo em sua direção, o livro eletrônico. Ele ainda não assusta tanto assim, mas as pessoas têm falado dele mais do que você gostaria. E, de repente, a cadeira em que você está sentado parece um pouco desconfortável. O desconhecido assusta todo mundo, e você não sabe bem o que é um livro eletrônico e nem como ele é produzido. Como assim um mesmo arquivo de livro tem que caber em uma tela colorida de toque com 3 polegadas e em uma preta e branca, fosca, de 6 polegadas? Não existe rodapé? Podemos aumentar e diminuir o tamanho da fonte? Não tenho que me preocupar mais com viúvas? Que mundo é esse?

Se você trabalha com o inDesign, deve saber que um dos recursos dele é o “Export to Digital Editions”. E sabe o que ele faz? Ele transforma o texto que você acabou de diagramar em uma página de internet, um arquivo em HTML. Códigos e tags se misturam, e o arquivo ficou uma porcaria, nada parecido com o que você acabou de fazer. Sim, o arquivo gerado não estava adequado ao seu navegador ou ao aplicativo especial da Adobe para ler eBooks. Como é?

Imprimir um livro é, vendo desse aspecto, relativamente simples. Ele é retangular, costuma caber sem problemas em um variado tipo de mãos. Mulheres, crianças, adultos, engenheiras, donos de casa, motoristas, etc. E quando o livro é muito grande ou muito pesado, basta mantê-lo sobre uma mesa e não levar na bolsa. Já um arquivo de livro eletrônico deve ser pensado e feito levando em consideração uma série de plataformas. Desde o navegador, passando por aplicativos para computadores como aparelhos diversos como iPod, Kindles, Cool-ERs, iPads e uma série de outros que você nem conhece ou que ainda nem existem.

O desafio do ePub, formato de arquivo que está se firmando como o padrão mundial em livros eletrônicos, é produzir um arquivo que consiga ser aberto e manipulado de forma fácil e funcional em uma série de lugares. O acesso a seus recursos deverá ser rápido e simples, significando que o designer deverá realizar uma inversão na ordem do seu pensamento e da sua organização de prioridades porque, dessa vez, o CONTEÚDO É REI.

Essa é uma lição que bons webdesigners sabem há muito mais tempo do que eu e você. Para termos um bom arquivo em ePub pouco importará a cor do fundo, os grafismos no final da página, as aberturas de capítulos ou os símbolos usados embaixo dos números da página. Se você não prestar atenção e não indexar corretamente todos os títulos e subtítulos, o livro eletrônico já não terá uma de suas melhores funções funcionando, o sumário.

Ou seja, é como mandar o designer não pensar no design do livro. É maluco, mas só será assim se você não enxergar que funcionalidade, usabilidade e praticidade são formas de design. Eu caminho no meio de dois mundos, já que sou designer de interfaces por formação e deisnger de livros por paixão, e acho que posso me adaptar a isso muito mais facilmente.

Em um livro, o importante sempre foi sua beleza. Imagens, fonte, diagramação, arte. Um designer realizado é aquele que olha pro seu livro feito e vê beleza nele, em suas cores, impressão, imagens, formato, olhar. O que deve ser incorporado ao designer gráfico agora é a priorização da funcionalidade. Não importa se o livro é só texto preto no fundo branco, sem a menor possibilidade de edição de fonte ou versalete. Sua beleza e o bom serviço do designer residirão no sucesso de abertura em todos os aparelhos, no tamanho reduzido do arquivo e da ausência de problemas.

Quando pensamos em um bom site, o sucesso é exatamente pelos mesmos termos. Se os usuários não reclamaram, se conseguiram alcançar seus objetivos no site, é porque ele está bom. O resto, a arte e outras preocupações, vêm depois, bem depois. E se quando o arquivo for aberto os acentos estiverem trocados, o sumário não funcionar e as fontes não aumentarem, isso significará que você falhou, mesmo com belas imagens, uma capa linda e enfeitezinhos fofos no começo do capítulo.

É cruel, mas ninguém falou que seria fácil. E pra complicar mais ainda a vida você já sabe: vai ter que aprender a mexer em HTML e CSS. Quiçá em Javascript. Pé-de-pato-mangalô-três-vezes, mas é verdade. O deisnger bom, aquele que daqui a algum tempo terá mais oportunidades, será aquele que sabe caminhar entre os dois mundos, e que poderá facilitar a vida do produtor editorial, gastar menos dinheiro da editora e entregar DOIS trabalhos bem feitos. E lembre-se de sempre levar esses dois produtos juntos. Apesar de serem coisas totalmente diferentes, eles devem ser produzidos e planejados em conjunto, e não um após o outro.

 

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Os livros eletrônicos no workflow de uma editora

Já está sendo tudo um tanto quanto assustador para todos os envolvidos no processo de produção de um livro: editores, editoras, designers, produtores editoriais, autores, revisores, enfim, toda a equipe. O livro eletrônico chegou há anos, e agora parece estar querendo comer um enorme pedaço do mercado do livro de papel.

Eu já disse aqui muitas vezes, e repito: não será tão cedo que as editoras se sentirão fatalmente ameaçadas pelo livro eletrônico, mas não custa nada começar a analisar as mudanças que esse novo produto irá trazer ao workflow da produção de um livro, já que ter esse produto em sua “prateleira” é sinal de modernização e acompanhamento de tendências.

• Inserir ou não o livro eletrônico junto ao worflow do livro comum? Bem, uma hora dessas isso terá que ser feito. Andar em separado com esses dois produtos vai significar um desastre. Infelizmente, isso deve significar mais trabalho para o produtos editorial, mas boas editoras com certeza deverão ter profissionais especializados para o acompanhamento e a checagem desse novo produto em seu catálogo.

Não é esperto separar o eBook do workflow normal do livro porque você pode acabar com dois arquivos diferentes, com padrões diferentes e conteúdo diferente. Nem todos os padrões de um livro físico serão levados ao eBook e vice-versa, mas alguns deles deverão ser mantidos, assim como certos conteúdos que deverão estar presentes em ambos os arquivos.

• Quantos formatos? Quem pensa em eBook e é do ramo editorial logo pensa em PDF. E que fácil seria se eBooks fossem apenas PDFs, já que bastariam apenas pequenos ajustes após enviar o arquivo final à gráfica. Mas não é bem assim. PDFs funcionam bem em computadores, netbooks e até no iPad, mas quando falamos de leitores específicos de eBooks, estamos falando de ePub, Mobi, PRC, AZW e outros enigmas para designers gráficos e produtores editoriais. É, vai dar dor de cabeça por um tempo, mas será totalmente necessário para a editora se adequar a esse novo glossário. Além desses, também podemos considerar os formatos TXT, RTF, DOC, entre muitos outros… de repente, o que era só UM livro, passa a ser vários.

Existem softwares que podem transformar livros e textos nesses formatos em questão de segundos. Entretanto, você confiaria em alguém que fecha um livro transformando um DOC em PDF e enviando à gráfica? Não, né? Então ficar “transformando” livros em diversos formatos apenas com a ajuda de softwares não é uma boa ideia. Talvez isso demande a contratação de gente nova.

• Novos freelancers? Daí vem a grande dúvida. A editora mantém os atuais designers de livros e diagramadores que possui ou passa a acreditar no novo formato? Sim, porque para fazer eBooks, não é preciso manjar de tipos de papel, tinta e gráfica. Será necessário entender, principalmente, de XHTML, e também de CSS, Javascript, entre outras coisas que arregalam os olhos de pessoas que passaram anos e anos mexendo com nanquim, Pagemaker e agora inDesign.

Caberá à editora a inclusão desse novo profissional em seu workflow. E isso irá significar que o editor de arte e o produtor editorial terão que ter noções desses novos formatos para saber se está tudo andando nos conformes. Se for apenas um PDF até que passa, já que arquivo fechado que é enviado pra gráfica quase sempre vai nesse formato. Mas e o ePub? Quem vai checar se os padrões estão corretos, se o código está correto? Isso é grego para a maior parte das pessoas que trabalham em uma editora, que muitas vezes procuram trabalhos como esse justamente porque escolheram nunca ter que lidar com códigos, programação e internet… se esses dois profissionais fizerem um curso sobre XHTML e algum especializado em eBooks ao menos, todos os problemas tendem a diminuir. Mas, talvez seja necessário contratar alguém que entenda desse dobrado.

O QUE FAZER?

Às editoras, a melhor alternativa é passar a desenvolver, além de seus livros de papel, versões em PDF e principalmente em ePub de seus livros. Os custos finais dessa produção não serão tão maiores do que já são, e não há nada a perder. Os formatos estarão lá, disponíveis para quem quiser. E se não quiserem, podem comprar seus livros de papel normalmente em livrarias ou pela internet. Ah, ter um site bem feito, com loja virtual funcional, também será uma boa escolha.

Aos designers e outros relacionados à produção, a melhor alternativa é parar de tremer e ir atrás. Está mais do que na hora de apostar em novas habilidades e aprender a desenvolver ePubs de qualidade que atendam ao maior número possível de aparelhos eletrônicos. Não é tão difícil quanto você imagina, e você poderá continuar fazendo seus maravilhosos livros de papel. Possuir um pé de cada lado, inclusive, deverá garantir muito mais trabalho do que você pensa.

>> Portanto, prepare-se para entrar no mundo do código, seja você editor, produtor, designer, diagramador, freelancer, etc. Se você quer acompanhar o mercado e a evolução natural das coisas, deve saber que estar preparado para tudo é o que vale.

 

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As vantagens dos eReaders (principalmente para designers)

Há alguns dias escrevi um pouco sobre eReaders e critiquei a postura apocalíptica dos que pregam o final iminente do livro. Porém, temos que admitir que algum sucesso os livros eletrônicos estão fazendo, pois não seriam tão comentados se assim não fosse.

Por isso, vou listar e comentar aqui algumas das vantagens dos eReaders como Sony Reader, Kindle, iPad, nook, Cool ER e outros, tanto para leitores como para os envolvidos na produção e venda dos livros, como nós designers.

• Muitos em um só: São muitos, muitos livros em um aparelho pequeno como um gibi, pesando pouco mais de 200 gramas, dependendo do modelo. Com memórias variando entre 1GB e 4GB é possível armazenar milhares de livros, além de poder comprar um novo instantaneamente com apenas um clique. Isso aumenta a demanda e ainda economiza papel. O leitor poderá comprar mais e logo as editoras contratarão mais designers.

• Preço: Aqui no Brasil o mercado é novo e inseguro, então nem sempre os preços vnao valer muito a pena, mas já começa a fazer diferença. Até mesmo quando pegamos como exemplo aqueles do site Domínio Público, dá pra ver que rola uma vantagem. Por mais antigo que seja um livro do Machado de Assis, você não pode entrar na livraria e levar um exemplar de graça. Já na internet, ele pode ser baixado gratuitamente. Além disso, editoras como a Gato Sabido estão investindo nos pequenos autores, permitindo então que surjam no mercado livros bem abaixo do preço das livrarias. Bom para o leitor e para o designer.

• Pequenos autores: Esses caras vão te dar dinheiro, mesmo que menos do que você esperava. Eles são autores como outros quaisquer, e merecem um bom design em seus livros, para que se tornem grandes um dia e peçam mais trabalho a você. Leitores também ganham, descobrindo novos talentos e aproveitando mais do que os blockbusters das livrarias.

• Maior demanda: Muita gente publicando, muito autor podendo publicar, preços mais baratos… isso tudo só significa uma coisa: maior demanda! Muito mais oportunidades, muito mais serviço, muitas chances de se especializar ou de começar um portfólio. Essa é um dos motivos mais importantes da chegada dos eReaders e eBooks.

• Possibilidades de criação: Um livro impresso em papel é algo estático, não se move por mais que inovemos. Em um livro digital as possibilidades começam a se abrir para os designers de livros. Imagens podem ser aumentadas, links se conectam direto com a internet, uma palavra pode ser consultada no dicionário ou na Wikipédia instantaneamente. Isso sem falar nas possibilidades do iPad, que multiplicam as criações. Veja os vídeos abaixo:


• Oportunidade de explorar a “arte invisível”: Indo pelo caminho contrário, a maioria dos livros serão aqueles bem normais mesmo, com texto e alguas imagens. Muitos clientes não vão querer pagar pelas maravilhas que os vídeos mostraram aí em cima. Então essa será uma ótima oportunidade de explorar a verdadeira razão de ser do Design de Livros: deixar o design tão transparente e invisível que ele não será notado, mas fará a leitura ser prazerosa, agradável, clara e correta. Nada deveria deixar um designer mais feliz e satisfeito do que conseguir isso.

Portanto não chore, mas comemore a chegada dos leitores de livros eletrônicos. Eles não vão fechar suas portas, vão abrir outras!

 

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Impressões sobre o curso “O passo a passo da Produção Editorial”

Nesses últimos dias 5 a 8 de Abril estive na Unesp, que sedia a Universidade do Livro, um projeto muito bacana e essencial para o mercado editorial no Brasil. Vou contar para vocês minhas impressões sobre o curso “O passo a passo da Produção Editorial: acomapanhamento dos trabalhos de edição do livro”, ministrado pela editora autônoma Laura Bacellar.

A coisa que percebi nos primeiros dez minutos foi o que mais me chocou: esse não era um curso para designers e diagramadores em busca da edição de ARTE de um livro. Mas, era muito importante para os designers e diagramadores que realmente querem entrar no mercado editorial, e que para isso precisam saber mais sobre como funciona o workflow da produção de um livro, pra não ficar só como o “carinha da arte”.

Durante quatro dias aprendemos não só a linha de produção oficial do livro como também ficamos por dentro dos truques necessários para lidar com freelancers, editores e outros. Apesar de não falar muito bem sobre os freelas (estado no qual 80% dos designers se encontram atualmente), é interessante para que os próprios freelas aprendam o que devem e o que não devem fazer para garantir bastante trabalho em uma editora.

Mas também passamos por itens importantes para o designer. Afinal de contas, aposto que quase ninguém conhece perfeitamente TODAS as partes de um livro, não é? É muito bom compreender a produção do livro como um todo, isso torna o nosso trabalho mais fácil e permite a nós fazer sugestões aos produtores para ganhar reconhecimento e respeito.

Para quem não sabe, o Produtor Editorial é aquele que fica entre os freelancers e os editores de uma editora. São eles que, no duro, fazem tudo acontecer! É um trabalho para poucos, e que exige muito controle mental e e muita concentração para não deixar escapar qualquer errinho. Um Produtor Editorial cuida tanto da parte do texto como da parte da arte. Logicamente ele não faz a direção de arte em si (isso é trabalho para o Produtor Gráfico), mas é ele quem tem que assegurar que está tudo saindo com o mesmo padrão que a editora adota.

Além disso, a professora deixou claro que é preciso respeitar os freelas, pois são eles que te ajudam a terminar o trabalho no prazo. E também deu uma dica muito importante, que vemos muito pouco por aí: passe o briefing do trabalho direito, não deixe faltar nada. E também passe as informações de pagamento logo no começo e de forma clara. Se todo mundo fosse assim, pode ter certeza de que muito mais coisa iria sair no prazo e muito freela ia ter que refazer muitas vezes menos um trabalho.

Saber o processo total do produto com que você trabalha é essencial para sua carreira e para que outros profissionais te respeitem. Não adianta nada dominar o inDesign se você mal sabe o que é uma ficha catalográfica.

O curso “O passo a passo da Produção Editorial: acomapanhamento dos trabalhos de edição do livro” ministrado pela Universidade do Livro é totalmente útil e recomendado por esse blog.

 
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Publicado por em abril 16, 2010 em eventos, ponto de vista, produção

 

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