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Arquivo da categoria: história

Posts sobre a história de tudo o que está relacionado com livros. Poderão ser sobre tipografia, papel, impressão, contexto histórico de uma certa época, etc.

Infográfico: History of eBooks

 
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Publicado por em julho 4, 2011 em história, livro eletrônico (ebook)

 

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Um pouco sobre a história do livro

Hoje vamos falar um pouco sobre a história do livro. Todos nós já nascemos em um mundo onde os livros já existem há muito tempo, forrando prateleiras, figurando em filmes, vendendo em livrarias. Por isso, poucos acabam se perguntando de onde ele veio, de onde surgiu.

Esse post fará um pequeno resumo sobre a nada desimportante história do livro. Boa leitura.

O livro como o conhecemos hoje não data de muito tempo atrás. As primeiras idéias primitivas (mas não menos importantes) de livros surgiram há mais ou menos quatro mil anos atrás, na época dos egípcios. Para registrar seus documentos, largas folhas de palmeiras egípcias eram utilizadas, transformando-se depois no papiro que conhecemos hoje, que nada mais é do que o talo dessas mesmas folhas triturados, entrelaçados e secos.

Os escribas egípcios, de certa forma, já se preocupavam com o arranjo do texto na “página”, uma vez que escreviam em colunas e inseriam ilustrações em seus textos. Após terminados, os papiros eram colados uns aos outros, e eram guardados enrolados – alguns chegavam a medir 20 metros de comprimento, suuuper prático de se ler em uma viagem ou na cama.

413px-Joseph_Smith_Papyrus_Segment_IVPapiro egípcio (crédito: Wikipédia)

A substituição do papiro chegou, provavelmente, com Eumênio II, rei de Pérgamo (197-158 a.C.), na Ásia. Ele foi obrigado a pesquisar um novo tipo de base para seus documentos depois que Ptolomeu Epifânio, de Alexandria, proibiu a exportação do papiro. Surgiu então o pergaminho, ou pergamenum, a membrana pergamena. Uma pele de animal (geralmente de um carneiro) era esticada em um caixilho, seca, branqueada com giz, polida e alisada com pedra-pome.

Os pegaminhos, por serem mais resistentes do que os papiros, podiam ser dobrados com mais facilidade, aposentando a moda do documento enrolado. Daí surgiram os códices inventado pelos gregos e romanos, onde folhas eram dobradas e juntas borda com borda em uma das margens, com blocos de madeira cobertos por cera. A palavra página,usada para denominar o lado de uma folha, vem do latim pagina, ou “algo atado”.

O papel (nome derivado de papyrus em latim ou papuros, do grego) foi criado na China em data ainda não confirmada, variando entre 200 a.C. e 104 d.C., e eram confeccionados com a casca da amoreira ou com o bambu cuja polpa esmagada era transformada em fibras, espalhada sobre um tecido e deixada assim para secar.

O nome livro deriva do latim líber, enquanto o nome book data do tempo dos saxões, derivando do saxão bok, em inglês beech tree, literalmente faia, um tipo de árvore. Na época em que esse povo viveu, os domcumentos eram escritos em tábuas feitas com essa árvore.

É chinês o livro mais antigo de que se tem notícia. O Diamond Sutra é do ano de 868 d.C., e ficou escondido por muito tempo em uma caverna fechada no noroeste da China. O conteúdo, feito de textos e ilustrações, é de cunho religioso, e é considerado um dos mais importantes do documentos do Budismo.

Jingangjing

Diamond Sutra (crédito: Wikipédia)

O primeiro livro impresso com tipos móveis, a Bíblia, foi produzido por Johannes Gutenberg, alemão nascido na cidade de Mogúncia, no ano de 1455. Essa tecnologia desenvolvida por  Gutenberg derivou de seus conhecimentos em metais e de prensas utilizadas para esmagar uvas no processo de fabricação do vinho.

Gutenberg_BibleA Bíblia de Gutenberg (crédito: Wikipédia)

Porém, o uso de tipos móveis já havia sido utilizado muito tempo antes pelos asiáticos, com livros datados de 1377 pelos coreanos e impressões em blocos de madeira do século VII pelos chineses, que também já usavam os tipos para imprimir cédulas de dinheiro e cartas de baralho. Em 868 d.C. um cânone do budismo Thervada fez uso de 130 mil blocos de madeira para imprimir o livro Triptaka em xilogravura.

Bem, essa foi uma pequena parte da história do livro, que com certeza possui milhares de outros fatos que permeiam esses mais importantes que apresentei agora. Esse diminuto resumo foi baseado no livro O livro e o designer II, de Andrew Haslam.

 
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Publicado por em julho 20, 2009 em design do livro, história, o livro

 

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Gráfica Fidalga – amor pela impressão

Quantas vezes por dia não vemos aqueles cartazes coloridos misturados à sujeira e ao barulho da cidade? Shows de funk, de pagode, de mulheres dançarinas… vemos de todos os tipos, e são tantos que quase já não são mais vistos. Alguns dizem que enfeiam a cidade, já suja e saturada e poluição. Outros tratam o lambe-lambe como expressão de arte, e até colecionam exemplares.

Você já parou para imaginar de onde vêm esses lambe-lambes? Quem faz isso? São peças que parecem ter parado no tempo, que ainda utilizam a mesma tipografia de tantos anos atrás. Apesar dos assuntos que retratam terem se adaptado ao nosso tempo, o papel colorido e fino, a tinta bicolor e as grandes letras esticadas parecem pertencer a todas as épocas.

O vídeo abaixo mostra isso e muito mais sobre esses cartazes. A Gráfica Fidalga fica em São Paulo, e produz pôsteres em uma impressora alemã de 1929, que utiliza letras de madeira entalhadas. Chamado de “lambe lambe,” o fino papel usado nos pôsteres é colado com cola de arroz. Graças à Galeria Choque Cultural, que regularmente produz pôsteres para suas exposições com a  Gráfica Fidalga, eles conseguem sobreviver, mas ainda precisam de ajuda. Caso esteja interessado, contate o diretor da galeria Eduardo Saretta.

Aposto que, depois de assistir ao vídeo, os lambe-lambes passaram a ter valor sentimental para você. Depois de perceber o amor com que são feitos, a paixão que é dosada em sua produção, e da história de vida de seus produtores, não há como não olhar pra um deles agora e não dar um pequeno sorriso.

Em um mundo aonde as coisas são tratadas com indiferença, aonde gráficas gigantes e mecanizadas produzem milhões de peças por dia, existem três caras que amam o que fazem, que passaram a vida inteira se dedicando a isso, e que “sentem a dor” da máquina quando ela tem um problema. Não precisamos todos fazer isso, mas dá um gostinho a mais na profissão ver outras pessoas que também gostam de artes gráficas a esse ponto.

Para quem acha que isso não teve nada a ver com Design de Livros, sugiro apreciarem a capa do ótimo volume e referência “Pensar com tipos”, de Ellen Lupton. São quatro tipos de capa, todas impressas em impressoras de lambe-lambe. Uma ótima idéia, com um acabamento alternativo e bonito. Confira terechos dele aqui.

pensar_com_tipos

Créditos: Mural CDesign

Em tempo: Caso você também aprecie essa arte neglicenciada, recomendo uma noite no bar Exquisito!. Lá, além do ambiente diferente e da comida boa, é possível ver paredes forradas dos mais diversos lambe-lambes, das mais diversas épocas, além de cartazes antigos do nosso cinema nacional.

A dica do vídeo que inspirou esse post é do Rodrigo Bruno.

 
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Publicado por em abril 22, 2009 em história, referências, tipografia

 

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